Defesa de Dantas quer usar denúncia contra Protógenes
Diário do Pará Online | 11 de maio de 2009
A denúncia contra o delegado Protógenes Queiroz, por quebra de sigilo e fraude processual, será usada pelo banqueiro Daniel Dantas para tentar esvaziar a Operação Satiagraha. Advogados do fundador do Opportunity vão juntar cópia da acusação a Protógenes, feita pela Procuradoria da República, ao recurso que interpuseram contra a sentença judicial que aplicou 10 anos de prisão a Dantas, por corrupção ativa. Estudam incluir o documento no inquérito principal contra o banqueiro, no qual é investigado por evasão, lavagem de dinheiro, crimes financeiros e empréstimos vedados.
Protógenes teria divulgado dados secretos da missão, antes da sua execução, e ordenado o corte de trechos de fita com imagens de reuniões em um restaurante entre supostos emissários de Dantas e o delegado Victor Hugo Alves, a quem teria sido oferecido US$ 1 milhão pelo arquivamento do caso.
A defesa de Dantas recorreu da condenação ao Tribunal Regional Federal. “A denúncia (contra Protógenes) reforça a alegação de nulidade”, disse o advogado Andrei Schmidt. Ele diz, porém, que a acusação “protege deliberadamente” a atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que cedeu 84 agentes para atuar em parceria com a Polícia Federal. Os procuradores não veem crime na aliança Abin/PF, mas recomendam investigação por improbidade administrativa.
“É fato que o Ministério Público Federal, nas alegações finais do processo por corrupção ativa, não se valeu em nenhum momento da gravação”, esclareceu o procurador da República Rodrigo de Grandis, acusador da Satiagraha, que ainda não teve acesso ao teor da denúncia contra Protógenes. “Foi utilizado o áudio daquela reunião, áudio autorizado pelo juiz Fausto De Sanctis em procedimento de ação controlada.”
Grandis assinalou que “a filmagem não foi elemento de sustentação para a condenação, que é resultado da conjugação de diversos outros detalhes, como a versão das testemunhas, apreensão de valor expressivo em dinheiro na casa de Hugo Chicaroni (condenado com Dantas) e o áudio”. O procurador asseverou que “a fita de vídeo é irrelevante, não teve importância alguma para formação da convicção do juiz”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por: Diário do Pará Online
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