AA nega corrupção ativa ou lavagem de dinheiro

Os principais jornais da mídia nacional publicaram ontem matéria sobre o interrogatório do prefeito de Uberaba no processo do Mensalão, como ficou conhecida a ação penal contra ele e outros 39 réus denunciados como envolvidos no suposto esquema de compra de apoio político pelo PT quando Anderson era ministro dos Transportes (de janeiro 2003 a março 2004).

Anderson foi interrogado na tarde de segunda-feira (21), na 4ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, embora seu advogado tenha tentado fazer com que ele fosse ouvido na representação da JF em Uberaba.

Embora ele tenha se negado a revelar o que disse ao juiz Alexandre Buck Medrado, começam a vazar detalhes do que AA teria declarado no interrogatório. Conforme o jornalista Thiago Guimarães, do Jornal Folha de São Paulo, o prefeito de Uberaba negou que tenha cometido corrupção ativa ou lavagem de dinheiro no episódio – acusações a que responde –, admito apenas ter incorrido em crime eleitoral no episódio.

Como insistiu ter destinado os R$ 410 mil que recebeu para cobrir dívidas da campanha de 2003, acabou questionado pelo juiz Medrado. O magistrado teria perguntado se Anderson não desconfiara da origem ilícita do dinheiro. Respondendo, ele disse que o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, havia lhe informado que estava tentando obter empréstimos no mercado. AA disse ainda ter imaginado que os recursos poderiam ter vindo de contribuições de filiados do PT.

No banco. Por sua vez, o então chefe de gabinete do Ministro dos Transportes e atual presidente do Codau, José Luiz Alves, que também é réu no processo, apenas teria confirmado ao juiz o que já declarou ao depor na CPI em Brasília. No interrogatário que durou cerca de 30 minutos, ele confirmou ter ido ao banco Rural, em Brasília, para efetuar a retirada de dinheiro, mas nega que isto tenha ocorrido 16 vezes como teria demonstrado ao juiz que presidia a audiência na Vara Federal em Belo Horizonte, sem declarar ao Jornal da Manhã o número de vezes em que foi ao banco.