Africano que denunciou escândalo é assassinado

MBOMBELA (Folhapress) - Jimmy Mohlala, membro do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, foi assassinado ontem em sua casa em Mbombela. O dirigente, alvo de tiros desferidos por homens encapuzados, denunciou no ano passado um caso de corrupção envolvendo um dos estádios que será usado no Mundial africano. Mohlala havia acusado membros do Congresso Nacional Africano (ANC) de tentarem tirá-lo do cargo após ter assegurado que um companheiro havia cometido irregularidades financeiras no exercício de suas funções.


Por causa das denúncias de Mohlala, uma investigação teve início - ela segue em curso -, e já houve dirigentes suspensos. No início do ano, o Congresso Nacional Africano pediu a saída de Mohlala de seu posto, mas ele se negou a entregar o cargo. A morte do ex-vice-presidente da Associação Sul-Africana de Futebol (SAFA) é um “violento golpe’’ para a organização do Mundial em Nelspruit, afirmou por meio de comunicado o responsável pelo Comitê Organizador da Copa da África do Sul, Danny Jordaan.


Segundo Philip Fakhude, porta-voz da polícia local, Mohlala foi atingido do lado de fora de sua casa quando tentava correr, aparentemente, de dois homens armados. O filho dele, de 19 anos, também levou um tiro. Fakhude disse que o motivo do crime não está claro. Mohlala, 44, era porta-voz da municipalidade de Mbombela, uma das sedes do Mundial. O país-sede da próxima Copa tem uma das taxas de criminalidade mais altas do mundo (na média, ocorrem 50 homicídios por dia na África do Sul).