Brasil avança pouco no combate à corrupção, diz Bird
Valor Econômico - SP | 30 de junho de 2009
Os indicadores brasileiros sobre corrupção não tiveram "mudança significativa" nos últimos dez anos, segundo relatório sobre governança divulgado hoje pelo Banco Mundial. De acordo com o estudo, que analisa 212 países dos cinco continentes, os pequenos avanços registrados pelo Brasil foram estatisticamente insignificantes durante toda a década analisada.
Na comparação entre 2007 e 2008, o Brasil apresentou pequena melhora na comparação com outros países e subiu de posição no ranking. No quesito controle à corrupção, o Brasil estava, há dois anos, melhor do que 53,6% dos países. Em 2008, o resultado foi melhor: o país estava, em um ranking de 0 a 100, na posição 58,5. O resultado é pior do que há dez anos, quando foi melhor do que 58,7% dos países.
O relatório usa 35 diferentes dados estatísticos de cada país para fazer sua análise. Das seis categorias - controle de corrupção; capacidade de ser ouvido e prestação de contas; eficiência administrativa; qualidade regulatória; estado de direito; e estabilidade política e ausência de violência -, o Brasil melhorou em todas entre 2007 e 2008. Os números, no entanto, não mostram que houve avanços significativos.
Mas os resultados são piores do que há dez anos em dois casos (controle de corrupção e qualidade regulatória); iguais ou muito parecidos em duas categorias (estado de direito e eficiência administrativa). As melhoras mais significativas ocorreram na estabilidade política (passou da posição 29,3 em 1998 para 38,3 em 2008) e capacidade de ser ouvido e prestação de contas (da 55,8 para a 61,1).
O controle de corrupção é definido pelo Bird como "a medida da extensão com que o poder público é exercido para ganhos privados, incluindo tanto pequenas quanto grandes formas de corrupção". No quesito estabilidade política o país ficou na frente de 38,3% dos países. No caso do estado de direito foi melhor que 46,3% e da qualidade regulatória, melhor que 58% das nações pesquisadas.
"O Brasil está nos 50% superiores na maior parte dos índices. Mas a questão é saber se o copo está meio cheio ou meio vazio, se os brasileiros querem dar um salto de qualidade", afirmou Daniel Kaufmann, um dos coordenadores da pesquisa divulgada anualmente pelo Banco Mundial. "É preciso ressaltar que as instituições democráticas melhoraram nos últimos dez anos", completou o executivo. (Com Folhapress)
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