Corregedoria do Detran cai com fraude das CNHs

São Paulo - O escândalo de venda e falsificação de carteiras nacionais de habilitação (CNHs) provocou a substituição de três delegados da Corregedoria do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo. Investigações feitas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaerco) do Ministério Público Estadual revelaram que, em vez de coibir a corrupção, integrantes desse setor estavam extorquindo os policiais envolvidos no esquema. A medida foi anunciada ontem pelo delegado-geral da Polícia Civil, Maurício José Lemos Freire, em resposta à operação que, na terça-feira, levou 19 pessoas para a cadeia – incluindo policiais, despachantes e donos de auto-escolas e Centros de Formação de Condutores de 11 cidades da Grande São Paulo. “Não estamos fazendo um prejulgamento desses policiais”, ponderou Freire. “No nosso entendimento, não basta realizar correições, fazer relatórios e instaurar procedimentos. É preciso tomar medidas preventivas.” Foi essa a equipe que, em 29 de abril, foi à Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Ferraz de Vasconcelos, centro do esquema, para apurar irregularidades. REUNIÃO - A discussão sobre a operação contra a venda de CNHs monopolizou a reunião de ontem do Conselho da Polícia Civil. O delegado-geral cobrou sugestões sobre como aprimorar a fiscalização nas Ciretrans. Pelas regras atuais, as 360 circunscrições ficam subordinadas tanto ao Detran quanto às seccionais de cada região. “Nesse formato, o corregedor levaria praticamente um ano para percorrer todas as unidades. Queremos tornar essa fiscalização mais eficiente”, disse Freire. A reportagem da Agência Estado apurou que uma das propostas surgidas na reunião do conselho é treinar policiais das seccionais para atuar juntamente com a Corregedoria do Detran. (AE)?