Correios afastam Vitor Joppert da gerência

Hamilton Pavam

Os Correios vão afastar funcionários presos temporariamente pela Polícia Federal (PF) para apurar, em processos administrativos, a suposta participação dos servidores em um esquema de fraudes envolvendo agências franqueadas da estatal. Entre os acusados está Vítor Joppert, gerente do Centro de Entregas e Encomendas dos Correios de Rio Preto. Preso na última quinta-feira durante a Operação Déjà Vu, Joppert deixou ontem a carceragem da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Rio Preto. Ele é apontado pela Polícia Federal como uma das peças fundamentais no esquema ilegal que desviou R$ 21 milhões dos cofres do governo federal. “As provas que temos revelam que Joppert tem movimentação financeira incompatível com os bens declarados à Receita Federal. Acreditamos que R$ 400 mil movimentados por ele sejam fruto de corrupção”, afirma o delegado da Polícia Federal de Sorocaba, Eduardo Alexandre Fontes.

O delegado aguarda cópia do depoimento do gerente de Rio Preto para dar continuidado ao trabalho e fazer novos pedidos de prisão temporária à Justiça Federal. O juiz da 1ª Vara Federal de Sorocaba, José Denílson Branco, afirma em sua decisão que não atendeu o pedido da PF para revogar a prisão de 13 acusados, pois os Correios informaram que vão afastar os servidores dos cargo. Além disso, a libertação dos acusados não vai causar prejuízos ao trabalho policial. O advogado de Joppert, Henrique Augusto Dias, não foi localizado para falar sobre a libertação de seu cliente. Joppert também não foi encontrado em sua casa, em Rio Preto, para falar sobre as acusações.

Esquema
Investigações policiais revelaram que Joppert seria o responsável por levantar informações de franquias dos Correios no Estado de São Paulo com problemas financeiros e enviá-las à Antônio Luiz Vieira Loiola, apontado pela PF como o chefe da quadrilha. De acordo com o delegado, Loiola mandava um corretor propôr a venda da loja com problemas financeiros. Ao mesmo tempo, Joppert entrava em contato com o dono da agência e o aconselhava a vendê-la, caso contrário, a franquia seria fechada. Ameaçado, o proprietário acabava vendendo a loja por um preço bem abaixo do valor de mercado.