Pela segunda vez em seis anos, Ribeirão Bonito, cidade da região de São Carlos (SP) que ficou conhecida pela luta contra a corrupção, teve o prefeito cassado pela Câmara. Em uma sessão de quatro horas que terminou na madrugada de ontem, o petista Rubens Gayoso Júnior, acusado de improbidade administrativa, foi destituído do cargo. Seis dos nove vereadores disseram sim à cassação, dois votaram contra e um não compareceu.

Segundo Aparecido Donizete Galhardo (PSB), presidente da comissão que pediu a cassação, Gayoso usou mal a verba pública ao firmar um contrato de R$ 3.990 mensais com o jornal Primeira Página. "A Prefeitura passou a publicar matérias para favorecer o prefeito", disse Galhardo.

Segundo Galhardo, ele apresentou um atestado médico para não ir à sessão. Seu advogado comunicou antes que desistira do caso. Cerca de 500 pessoas acompanharam a sessão, segundo a associação dos amigos da cidade.

Enquanto isso, na capital, a bancada do PT na Assembléia Legislativa do Estado acusa o governador José Serra de abandonar o setor social. Segundo os deputados, educação, habitação e segurança pública perderão nos próximos quatro anos espaço nos gastos do Estado, em comparação ao quadriênio 2004-2007.

Mas, por outro lado, o transporte – que concentrará as grandes obras de visibilidade da administração – verá sua participação na divisão dos recursos crescer até 2011, segundo a avaliação que os petistas fizertam do Plano Plurianual (PPA) 2008-2011.

A avaliação não leva em conta os valores previstos para cada área, mas sim os porcentuais que devem abocanhar dos próximos quatro orçamentos (2008 a 2011). Para a oposição, o PPA evidencia as "intenções eleitorais" de Serra para 2010. Em nota, o Governo disse serem "desonestas e irresponsáveis as afirmações do PT". A intenção de Serra é votar o PPA neste semestre.