Corrupção no Brasil
A Notícia - SC | 3 de agosto de 2008
Editorial
Uma pesquisa sobre o fenômeno da corrupção aponta dois aspectos que são significativos e conflitam entre si. O primeiro é de que uma percentagem expressiva dos entrevistados (77%) considera a corrupção um problema grave, desfazendo a impressão de que o brasileiro aceita corruptos ou corruptores.
O outro é o que revela que o brasileiro é tolerante com alguns tipos de prática corrupta. O policial que se vende por dinheiro comete um crime que a sociedade considera execrável, mas o crime do contribuinte que sonega é tolerado. Se um empresário financia campanha para receber privilégios é visto como um corruptor. Mas furar o sinal de trânsito é algo sobre o qual não incide condenação severa.
A pesquisa, realizada pelo Instituto Vox Populi para o Centro de Referência do Interesse Público da Universidade Federal de Minas Gerais, tem a pretensão de ser a mais ampla análise da corrupção brasileira. Como essa questão tem tido uma presença constante na mídia e na política, é compreensível o alto percentual de brasileiros com opinião definida sobre a participação positiva ou negativa do Congresso, do Judiciário ou da Polícia Federal em fatos relacionados com a corrupção.
Na análise da pesquisa, o professor Fábio Wanderley Reis considera que a generalização dos casos de corrupção no País leva a algo que é forte e assustador. Apenas 3% dos brasileiros respondem positivamente à pergunta sobre se se pode, em geral, confiar nas pessoas.
O Brasil se transforma assim no reino da desconfiança. Essa situação deve ser debitada às trapaças do cotidiano, às leis de faz-de-conta e à generalização do jeitinho. A questão merece a reflexão da sociedade, especialmente agora, no começo de um novo episódio de renovação das autoridades municipais. Sempre que se deflagra uma campanha eleitoral, renasce de alguma maneira a esperança de que a sabedoria popular optará pelos nomes certos.
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Uma pesquisa sobre o fenômeno da corrupção aponta dois aspectos que são significativos e conflitam entre si. O primeiro é de que uma percentagem expressiva dos entrevistados (77%) considera a corrupção um problema grave, desfazendo a impressão de que o brasileiro aceita corruptos ou corruptores.
O outro é o que revela que o brasileiro é tolerante com alguns tipos de prática corrupta. O policial que se vende por dinheiro comete um crime que a sociedade considera execrável, mas o crime do contribuinte que sonega é tolerado. Se um empresário financia campanha para receber privilégios é visto como um corruptor. Mas furar o sinal de trânsito é algo sobre o qual não incide condenação severa.
A pesquisa, realizada pelo Instituto Vox Populi para o Centro de Referência do Interesse Público da Universidade Federal de Minas Gerais, tem a pretensão de ser a mais ampla análise da corrupção brasileira. Como essa questão tem tido uma presença constante na mídia e na política, é compreensível o alto percentual de brasileiros com opinião definida sobre a participação positiva ou negativa do Congresso, do Judiciário ou da Polícia Federal em fatos relacionados com a corrupção.
Na análise da pesquisa, o professor Fábio Wanderley Reis considera que a generalização dos casos de corrupção no País leva a algo que é forte e assustador. Apenas 3% dos brasileiros respondem positivamente à pergunta sobre se se pode, em geral, confiar nas pessoas.
O Brasil se transforma assim no reino da desconfiança. Essa situação deve ser debitada às trapaças do cotidiano, às leis de faz-de-conta e à generalização do jeitinho. A questão merece a reflexão da sociedade, especialmente agora, no começo de um novo episódio de renovação das autoridades municipais. Sempre que se deflagra uma campanha eleitoral, renasce de alguma maneira a esperança de que a sabedoria popular optará pelos nomes certos.
Monitoramento do Pacto
A plataforma de monitoramento do pacto acompanha e orienta o cumprimento do acordo assinado pelas organizações signatárias.