Corruptos encontram terreno fértil na falta de fiscalização

Brechas na lei
Corruptos encontram terreno fértil na falta de fiscalização


Maior do que a quantidade de siglas para impostos e programas de governo, que o brasileiro tem que decorar, é a quantidade de mecanismos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo que, favorecendo a burocracia, traz consigo um mal: os ladrões do dinheiro público.

Aproveitando brechas legais e falhas na fiscalização, eles desviam recursos públicos sem dor de consciência. Os casos recentes de corrupção deixam uma pergunta no ar: de onde vem tanto dinheiro? As denúncias de milhões desviados por esses figurões fazem qualquer um que luta pelo seu mínimo mensal ficar de queixo caído. No entanto, por mais que esses aproveitadores do sistema sejam culpados, há um culpado maior: o sistema. Não adianta uma reforma política e tributária, se mantivermos uma estrutura legislativa que favorece o surgimento desses "inimigos da nação".

O dinheiro público atrai e isso pode ser verificado pela constante presença de célebres políticos que, como reza o dito popular, "não largam o osso". A lista é interminável e mais interminável ainda é a vontade de esses personagens se manterem no cenário político. Eles mancham a imagem da classe e alimentam o imaginário do eleitor, que se frustra com o sistema, e dos que, "já picados pela mosca da safadeza", inspiram-se nesses ícones do "Brasil de Macunaíma" para assumirem a herança nefasta nessa árvore genealógica.

O Brasil tem que gritar pela moralidade criando associações independentes que fiscalizem os trâmites do dinheiro público que chega em seu município. Por sua vez, o governo federal deveria elaborar um projeto que crie uma estrutura mais dinâmica, transparente e ágil para o trânsito das verbas.