Distritais suspeitos podem decidir sobre pedido do STJ

Márcio Falcão
(Folhapress)


O pedido do STJ (Superior Tribunal de Justiça) à Câmara Legislativa do Distrito Federal para instaurar dois processos criminais contra o governador preso e afastado José Roberto Arruda (sem partido) pode ser decidido por deputados distritais suspeitos de participação no esquema de corrupção.


Dos 22 parlamentares que devem participar da votação hoje, seis são investigados pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal por suposto envolvimento no esquema de arrecadação e pagamento de propina que seria chefiado por Arruda. Para o STJ conseguir a autorização da Câmara, são necessários 16 votos favoráveis.


A Casa é composta por 24 parlamentares, mas duas vagas estão em aberto: a do presidente licenciado Wilson Lima (PR), que assumiu o governo interinamente, e do ex-deputado Júnior Brunelli (PSC), que renunciou para escapar do processo de cassação.


A vaga de Brunelli é do suplente Geraldo Naves (DEM), que foi preso juntamente com Arruda por tentativa de suborno de uma das testemunhas do esquema de corrupção.
Na semana passada, quando a Câmara local decidiu abrir processo de impeachment contra Arruda, os parlamentes investigados não participaram da votação por impedimento da Justiça Local. No lugar deles, votaram suplentes que tomaram posse apenas para analisar o processos. O impedimento trata apenas das votações do impeachment.


Os deputados Eurides Britto (PMDB), Rogério Ulysses (sem partido), Benedito Domingos (PP), Benício Tavares (PMDB), Rôney Nemer (PMDB) e Aylton Gomes (PRP) são acusados de participação no esquema.


A Câmara abriu processo por quebra de decoro parlamentar contra Eurides, que foi flagrada guardando dinheiro de suposta propina na bolsa. Ela pode ser cassada. Os outros cinco também foram denunciados por quebra de decoro, mas os processos estão suspensos por decisão da Comissão de Ética.