Editorial

 
     
   
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  A oficina mais disputada no primeiro Fórum de Responsabilidade Social no Mercosul, que aconteceu no fim do mês passado em Buenos Aires, foi a que discutiu o tema da corrupção nas empresas. Como se sabe, para estar no time de empresas socialmente responsáveis, é preciso que a corporação tenha o cuidado de não constar, também, da lista de quem paga suborno, sobretudo a políticos. Mas uma pesquisa mostrada pela coordenadora da ONG Transparência por Colômbia, Margareth Flores, revelou uma porcentagem impressionante 91% de empresários colombianos que afirmaram que têm que dar suborno para realizar qualquer coisa no país.

Aqui no Brasil, segundo o coordenador do Pacto contra a Corrupção capitaneado pelo Instituto Ethos, Caio Magri, durante a Conferência internacional da organização alguns empresários fizeram propostas para combater esta praga. A mais importante é a criminalização da pessoa jurídica, não só da pessoa física. Porque, na verdade, no Brasil as empresas, mesmo as que subornam, ficam livres de qualquer tipo de processo. Ou seja: podem continuar subornando, independentemente de quem seja a cabeça que as está dirigindo no momento.

Faz parte de um pensamento conjunto que leva à criação de um novo marco civilizatório, de um novo estado.

Faz parte, também, de uma consciência nova, que leva a sério o papel das empresas na construção deste novo modelo de vida. O que se quer é que as empresas também passem a levar mais a sério seu papel na sociedade. Entre outras coisas, valorizando menos o marketing, a propaganda, e mais as ações reais, de peso, que podem ajudar a mudar o cenário. Iniciativas como fóruns, reuniões, seminários e conferências devem ser, apenas, coadjuvantes das iniciativas.

Amelia Gonzalez, editora