Ex-ministro de Lula depõe e nega corrupção

THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O ex-ministro Anderson Adauto (PMDB), 50, negou ontem, ao ser interrogado no processo penal do mensalão, que tenha cometido corrupção ativa e lavagem de dinheiro no episódio do mensalão.
O atual prefeito de Uberaba (MG) e titular dos Transportes de janeiro de 2003 a março de 2004, que está entre os 40 integrantes do suposto esquema de compra de apoio político pelo PT, manteve a versão de que incorreu apenas em crime eleitoral.
Ele confirmou ter recebido R$ 410 mil do empresário Marcos Valério. O dinheiro, segundo ele, serviu para pagar dívidas de campanha de 2002.
A primeira pessoa a ser interrogada ontem foi Geiza Dias, 36, ex-funcionária da agência SMPB, de Valério. Nervosa, ela chorou por duas vezes -ao se negar a dizer onde trabalha hoje e ao falar sobre seu patrimônio. Também foram ouvidos ontem o ex-deputado federal pelo PT-MG João Magno e o ex-chefe-de-gabinete de Adauto, José Luiz Alves.
Magno confirmou ter recebido R$ 425 mil de Valério para saldar dívidas de sua campanha a deputado federal, em 2002, e a prefeito de Ipatinga (MG), em 2004. Alves, que havia se negado a falar no inquérito policial, confirmou ter recebido R$ 200 mil em dinheiro vivo para quitar dívidas da campanha de Adauto em 2002.