Igreja pede a eleitor que não vote em fariseu
A Gazeta - ES | 1 de julho de 2008
Vitor Vogas
Enquanto representantes da Justiça Eleitoral prometem fazer uma "filtragem" para impedir a candidatura de políticos envolvidos em denúncias, a Igreja Católica lança no Espírito Santo a tradicional cartilha sobre as eleições, e pede aos fiéis que não votem em candidato fariseu – referência aos políticos dissimulados, fingidos e hipócritas.
O lançamento da cartilha "Construindo a Democracia – Eleições 2008" foi feito ontem de manhã pelo arcebispo de Vitória, D. Luiz Mancilha Vilela. Ele resumiu o propósito da publicação: "É mais um subsídio para que o cidadão possa escolher bem seu representante. Além de noções de cidadania, a cartilha explica o que se espera de um candidato. Em síntese, orientamos as pessoas a votar naqueles que defendem a dignidade da pessoa humana."
No caso, estão eliminados os políticos cujas idéias e práticas não estejam em coerência com os princípios da Igreja. "Quem defende a morte, o aborto, máquinas para distribuir camisinhas, essa turma merece ser riscada", especifica Mancilha.
O rol de políticos vetados também inclui os que, no poder, já deram mostras de improbidade, mas pretendem se reeleger. A idéia é não ressuscitar políticos mortos para a vida pública. "Não nos cabe condenar ninguém. Mas aconselho a buscar o novo, pessoas que têm propostas positivas, em vez daquelas que não têm mais nenhuma possibilidade de acerto. A corrupção é uma afronta, contra o Evangelho de Jesus Cristo. Temos que buscar gente idônea, bem formada e com princípios bem claros."
Com tiragem de 50 mil exemplares, a cartilha é a edição atualizada da que foi produzida em 2006. A nova versão foi elaborada pela Equipe de Material Político da Arquidiocese de Vitória e aprovada por todos os bispos, além do próprio D. Luiz. O material é destinado principalmente aos formadores de opinião entre o eleitorado ligado à Igreja Católica: párocos e líderes das comunidades eclesiais de base. No contato com as pessoas, eles se encarregarão de pregar essa consciência política.
Monitoramento do Pacto
A plataforma de monitoramento do pacto acompanha e orienta o cumprimento do acordo assinado pelas organizações signatárias.