Juiz lança novo livro sobre o tema

De Sanctis prepara o lançamento do livro "Lavagem de Dinheiro e Crime Organizado - Destinação de bens, delação premiada e responsabilidade social", pela editora Saraiva. Está terminando o "Responsabilidade Penal das Corporações e Criminalidade Moderna", também pela Saraiva. Mais recentemente, resolveu se arriscar no mundo da ficção: escreve a história do juiz Montoya Di Sorrento, que "tem de julgar um caso que muda completamente sua vida." Qualquer semelhança entre De Santis e Di Sorrento não é mera coincidência.

Não é de hoje que advogados criminalistas e alguns juízes criticam De Sanctis ferozmente. Acusam-no de ser um juiz policial, parcial por tratar os acusados como bandidos e mordaz em suas decisões, que confrontam as do STF. Os advogados de defesa do ex-dono do Banco Santos, Edemar Ferreira, que ficou 89 dias na cadeia em 2006 por decisão de De Sanctis, tentaram tirá-lo do caso. A mesma estratégia foi usada por Boris Berezovsky, que "comprou" o Corinthians e foi condenado pelo juiz. Mas foi a Satiagraha que mudou a vida de De Santis, tornando-o amplamente conhecido e respeitado por alguns, mas também alvo de pressões de todos os lados daqueles que querem derrubá-lo, desqualificá-lo, reduzir seu poder ou silenciá-lo.

De Sanctis segue expressando indignação com a impunidade do crime de colarinho branco no Brasil e com a leniência com a sonegação fiscal e a corrupção. "Há um efeito inibidor quando o Estado começa a pegar os criminosos", diz. "Um simples crime não investigado e impune dá origem a uma série de outros." Segundo ele, trata-se de questão cultural. "O nível de civilização de uma sociedade se define pelo grau de pagamento dos tributos", diz, lembrado Oliver Holmes Jr., jurista da Suprema Corte nos EUA, morto em 35, de posições polêmicas.