BRASÍLIA - Depois de ter dito que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não deveria ser tratado como uma pessoa comum, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva baixou o tom na defesa do aliado. Nesta quinta-feira, Lula limitou-se a afirmar que Sarney foi eleito para o cargo pelos colegas e tem o compromisso de investigar as denúncias de corrupção no Senado.

- Sarney foi eleito. Os senadores o elegeram. E eu acho que o Sarney tem o compromisso de fazer a apuração. Ele disse que está apurando isso. Então eu espero que haja apuração. Só isso - afirmou Lula.

Lula também minimizou as irregularidades já comprovadas.

Para ele, o escândalo do Senado não pode se transformar numa crise institucional. O presidente disse que os senadores são maiores de idade e saberão como resolver os problemas do Senado.

- O que acho é o seguinte: tem uma, duas, três denúncias. Tem uma fase de apuração. Apura-se e toma-se as medidas. O que não pode é um país que tem muitas coisas importantes para a gente discutir e a gente fique o mês inteiro discutindo coisas menores - afirmou Lula, acrescentando que o Tribunal de Contas da União pode investigar as denúncias.

Lula defendeu ainda o afastamento dos diretores acusados de envolvimento no escândalo:

- Ontem cheguei em casa, fui ver televisão e vi um senador dizendo que os diretores que estão sendo acusados não compareçam, porque estão constrangendo alguns senadores. Essa não é a medida mais adequada. A medida mais adequada é, se eles estão sob suspeita, melhor afastá-los até que as coisas sejam apuradas.