Manchetes dos jornais: Congresso em Foco

O Globo

Doadores de campanha denunciados

O Ministério Público Federal denunciou à Justiça de Minas, por financiamento irregular de campanhas, a Coteminas, indústria têxtil do vice-presidente José Alencar (PRB). Conforme a Procuradoria da República, a companhia é uma das 154 pessoas físicas e jurídicas cujas doações extrapolaram o limite previsto pela legislação em 2006. Os réus podem ter o sigilo fiscal quebrado. Se condenados, podem ser multados e proibidos de participar de licitações. A Coteminas diz que houve equívoco.

A Lei 9.504/97 limita as doações de empresas a 2% do faturamento bruto no ano anterior às eleições. O máximo é de 10% dos rendimentos brutos para as pessoas físicas. O objetivo é evitar abuso do poder econômico.

A Coteminas repassou R$ 705,5 mil para políticos. Procurado ontem, por meio de sua assessoria, Alencar não se pronunciou.

Relatório isenta senadores por atos secretos e culpa só Agaciel e Zoghbi

Mais um escândalo no Senado foi encerrado sem certeza de punição. Segundo o relatório da comissão administrativa criada para analisar os atos secretos usados para aumentar salários, nomear afilhados políticos e pagar gratificações retroativas, nenhum senador pode ser responsabilizado pela não publicação das medidas.

Nem o presidente José Sarney (PMDB-AP) nem seus antecessores ou integrantes da Mesa durante os últimos 15 anos. O relatório conclui que os responsáveis seriam o ex-diretor-geral Agaciel Maia e o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi, afastados dos cargos.

“No Senado Federal, quando o presidente da Casa, seu primeirosecretário ou qualquer outro membro da Mesa assina um ato administrativo, não pratica irregularidade se o ato não vier posteriormente a ser publicado, já que não é da sua competência adotar tal providência”, diz o texto da comissão, que afirma que a publicação dos atos é prerrogativa do diretorgeral e do diretor da Secretaria de Recursos Humanos.

Governo evita criação de CPI do MST

Por mobilização do governo, deputados da base aliada retiraram assinaturas e inviabilizaram a criação da CPI Mista do MST, destinada a apurar irregularidades no repasse de recursos públicos a entidades ligadas ao Movimento dos Sem-Terra (MST). Depois de uma guerra entre pedidos de inclusão e retiradas de assinaturas, houve 15 desistências e faltaram três assinaturas de deputados para a instalação da CPI.

O requerimento ficou, no final, com as assinaturas de 36 senadores, sendo que no Senado são necessárias pelo menos 27.

Na Câmara é preciso pelo menos 171, e só houve 168 assinaturas de deputados. O governo pressionou parlamentares do PMDB e do PTB, por exemplo.

Organizadora da proposta de CPI, a senadora da Kátia Abreu (DEM-TO) ficou indignada com a retirada de assinaturas dos deputados, inclusive de integrantes da bancada ruralista. Ela disse que analisará com os colegas a estratégia a ser adotada, se um novo pedido de CPI Mista ou uma CPI apenas no Senado.

Ameaçado pelo DEM, senador desiste do PSB

Na reta final do troca-troca partidário, a pseudofiliação do senador Adelmir Santana (DEM-DF) ao PSB era apontada ontem no Congresso como o mico da semana. Após dias de negociação com o PSB, Santana anunciou que se filiaria ao partido, às 11h de ontem, com a promessa de disputar o Senado em 2010. O auditório do PSB do Distrito Federal estava lotado de militantes, parentes e amigos do senador, mas ninguém sabia o paradeiro dele. Uma hora e meia após o horário marcado, Santana mandou dizer que continuaria no DEM.

A notícia, transmitida pelo presidente regional do PSB, Marcos Dantas, provocou mal-estar inclusive nos filhos e irmãos do senador, que já estavam a postos para prestigiar a filiação. Já era chamado ontem de o “Tim Maia do DF” — o que falta ao próprio show.

— Pense numa vergonha — dizia o deputado federal Rodrigo Rollemberg (DF), um dos patrocinadores da filiação de Santana.

STF derruba liminar que impedia TSE de julgar ações de cassação de mandato

Por seis votos a quatro, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou ontem a liminar do ministro Eros Grau que, há 17 dias, suspendera o julgamento de todas as ações que pediam ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a cassação do mandato de governadores e parlamentares. As 56 ações suspensas foram liberadas para julgamento. Entre os políticos que voltaram a ter mandatos ameaçados estão quatro governadores: Marcelo Déda (PT), de Sergipe; Roseana Sarney (PMDB), do Maranhão; Ivo Cassol (sem partido), de Rondônia; e José de Anchieta Júnior (PSDB), de Roraima.

A decisão do STF foi tomada no julgamento de uma ação proposta pelo PDT, que obteve apoio de outros quatro partidos.

Ciro muda domicílio eleitoral para São Paulo

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) transfere hoje seu domicílio eleitoral para São Paulo e vai disputar a sucessão presidencial. A decisão foi selada ontem em almoço de Ciro com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, no Palácio do Campo das Princesas, e anunciada pelo governador, presidente nacional do partido. Campos negou que a iniciativa tenha por objetivo preparar o nome de Ciro para disputar o governo daquele estado.

Ciro afirmou: — Queremos discutir a Presidência da República, desde que essa pretensão legítima do partido não ponha em remoto risco o que está em jogo de fato: o país para o futuro e não a ameaça de voltar ao passado.

Corrupção: mal crônico que piora em eleição

Pouco depois de ser condenado por embolsar a verba da construção de um aqueduto, no século XVI, o desembargador português Pero Borges foi nomeado ouvidor-geral no Brasil, o equivalente ao posto de ministro da Justiça na época. A história está no livro “A Coroa, a cruz e a espada: lei, ordem e corrupção no Brasil Colônia”, do escritor Eduardo Bueno, lançado em 2006. Quase cinco séculos depois, o desvio de verbas públicas para atender a interesses particulares e o hábito de tirar vantagem de tudo ainda são problemas aparentemente sem solução por aqui.

Neste ano que antecede eleições, não faltaram denúncias de irregularidades no Senado, que atingiram em grande parte o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Em meio à crise, a taxa de aprovação do Congresso Nacional despencou. De acordo com pesquisa do Datafolha, divulgada em agosto, o índice de insatisfação com deputados e senadores chegou a 44%.

Folha de S.Paulo

Regra de fidelidade fracassa, e 45 políticos trocam de partido

A regra criada pela Justiça Eleitoral em 2007 para acabar com o troca-troca de políticos entre os partidos fracassou em seu primeiro grande teste: nas últimas semanas, pelo menos 45 deputados federais, senadores ou figuras de projeção nacional abandonaram ou estão para abandonar suas legendas com o objetivo de se filiar a novos partidos, não raro de campos ideológicos distintos.

O número deve crescer até amanhã, data limite para que os candidatos às eleições de 2010 estejam filiados às legendas pelas quais pretendam concorrer em outubro do ano que vem.

Veto às trocas não criou um sistema mais consistente

Os problemas para impor alguma forma de fidelidade partidária não chegam a ser uma surpresa. A dificuldade começa pelas próprias legendas, mais bem definidas como resultante amorfa de interesses circunstanciais de políticos do que como congregação de pessoas em torno de um ideário comum.

Se não existe uma concepção de Estado e sociedade compartilhada pelos membros do partido, não faz sentido esperar que eles permaneçam juntos depois que as conveniências de momento tenham expirado.

Acordo com partido não poupa infiéis, afirma TSE

Pelo entendimento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o parlamentar que trocar de partido não está imune à perda do mandato, mesmo que o partido de origem tenha autorizado sua desfiliação. Segundo decisão administrativa do tribunal, o Ministério Público Eleitoral e o suplente têm legitimidade para requerer a perda do mandato.

Na semana passada, em resposta à consulta do líder do PV, Sarney Filho (MA), o ministro Fernando Gonçalves ressaltou que, segundo resolução, os acordos partidários não afastam risco de perda de mandato por infidelidade. "Não é só o partido que tem legitimidade para requerer a perda do mandato", justificou o relator.

Deputado acusado de ordenar mortes para TV perde mandato

A Assembleia Legislativa do Amazonas cassou ontem, por 16 votos a 4, o mandato do deputado Wallace Souza (PP) por quebra de decoro parlamentar. Apresentador de TV, ele é suspeito de liderar uma organização criminosa e encomendar mortes de rivais para exibi-las em seu programa policial.

Os deputados consideraram que, mesmo sem provas materiais para os crimes atribuídos ao apresentador, Wallace expôs a Assembleia ao constrangimento. Dos 23 votos, houve 3 abstenções.

Na reta final, Ciro muda título eleitoral para SP

No penúltimo dia do prazo previsto no calendário eleitoral, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) transfere hoje seu título de eleitor para São Paulo.

Embora esse seja o passo para concorrer ao governo do Estado, ele reafirmou que seu objetivo é disputar a Presidência em 2010. Mas disse também que quer deixar a possibilidade de São Paulo aberta.

"Mamãe não gostou", diz Cid sobre mudança

Dona Maria José Ferreira Gomes desaprovou a transferência do domicílio eleitoral do filho Ciro para São Paulo. Anunciada a decisão, Ciro Gomes telefonou para o irmão e governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), pedindo que a mãe fosse avisada. Seu medo foi de que ela soubesse pelos jornais.

"Mamãe não gostou", contou Cid, segundo quem "Ciro estava macambúzio e reflexivo" ao telefone.

STF derruba liminar que parava ações de cassação

O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou ontem, por 6 votos a 4, liminar concedida pelo ministro Eros Grau que havia suspendido 56 processos de cassação de mandato em curso no Tribunal Superior Eleitoral contra governadores, deputados federais e senadores que foram propostos diretamente naquela corte.

Com a decisão, os processos que estavam paralisados voltam a tramitar normalmente no TSE. O Supremo ainda votará o mérito dessa questão, mas não existe data marcada.

Empresa de José Alencar sofre investigação

A Coteminas, indústria da família do vice-presidente da República, José Alencar, está sendo investigada pela Procuradoria Regional Eleitoral de Minas Gerais, por suspeita de doações ilegais nas eleições de 2006.

Nesta quarta-feira, a Procuradoria protocolou 154 representações no Tribunal Regional Eleitoral contra 89 empresas e 65 pessoas físicas que teriam extrapolado os limites legais para doações a candidatos.

Empresas dizem que seguiram limite legal

O presidente da Coteminas S.A., Josué Gomes da Silva, atribui a "algum equívoco" a inclusão da empresa entre as 154 representações da Procuradoria Regional Eleitoral ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais por supostas doações ilegais. Ele diz que ainda não recebeu a representação.

"Não tenho a menor dúvida de que fizemos doações abaixo do limite legal. São doações pequenas, feitas a candidatos que nos solicitaram, em Estados onde temos unidades. Não somos grandes contribuidores de campanha", diz.

Em vídeo, vice acusa Yeda de desviar dinheiro

Em depoimento gravado ao Ministério Público em agosto, o vice-governador gaúcho, Paulo Feijó (DEM), acusou a governadora Yeda Crusius (PSDB) de usar a campanha de 2006 para fazer "poupança". No vídeo, Feijó diz que um doador entregou dinheiro vivo a Carlos Crusius, marido de Yeda, e que esse dinheiro foi desviado durante a campanha.

Segundo Feijó -que está rompido com Yeda-, ela própria teria dito a ele que a "campanha é o momento da poupança". Quatro dos 91 minutos da gravação foram exibidos ontem, durante sessão da CPI da Assembleia Legislativa sobre a gestão Yeda.

"O PSDB nega veementemente essas acusações. Se houve caixa dois foi na campanha dele vice-governador e do DEM, não na campanha da governadora Yeda nem do PSDB", disse o deputado federal Cláudio Diaz (PSDB).

Governo barra CPI para apurar contas do MST

Uma mobilização do governo federal conseguiu mandar para o arquivo a CPI proposta pelos ruralistas para investigar as contas do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

A proposta da comissão mista (formada por deputados e senadores) partiu da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

Exigência de diploma chega à pauta do Senado

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado pode votar já na próxima semana a emenda constitucional que torna obrigatório o diploma em jornalismo para exercer a profissão. O relator, Inácio Arruda (PC do B), disse ontem que entregará seu parecer até sexta.

Em junho, o STF (Supremo Tribunal Federal) acabou com a obrigatoriedade do diploma. O relator, ministro Gilmar Mendes, considerou que a formação específica contrariava o exercício pleno das liberdades de expressão e informação.

Governistas agem para derrubar voto contra Venezuela no Mercosul

O apoio do presidente venezuelano Hugo Chávez a seu colega deposto em Honduras, Manuel Zelaya, e um comportamento "fomentador de divisões" na América Latina levaram o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) a recomendar a rejeição da entrada da Venezuela no Mercosul. O governo reagiu e deve derrubar o parecer.

"Hugo Chávez tem procurado aumentar sua influência regional com o concurso da renda do petróleo. Porém, não como fator de união e integração, mas como elemento de discórdia", disse Tasso, em parecer que leu na Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Senado mantém 12 atos secretos sem publicação

Apesar de ter divulgado ontem um relatório final sobre os atos secretos, o Senado ainda mantém sem publicação adequada 12 medidas da Mesa Diretora -colegiado integrado por sete senadores- referentes à criação de centenas de cargos em gabinetes e na estrutura administrativa da Casa.

A Folha identificou atos disponibilizados na intranet do Senado que não foram publicados em boletins administrativos de pessoal (BAP), veículo usado pela Casa para cumprir o princípio constitucional da publicidade na administração pública.

A assessoria da Diretoria-Geral não soube explicar o motivo de os atos não estarem na rede.

Sem precisar quantos atos secretos foram anulados, o Senado divulgou relatório final sobre o escândalo ocorrido em junho. Apesar de não serem citados, o ex-diretores Agaciel Maia e João Zoghbi foram responsabilizados.

O Estado de S.Paulo

Ciro muda título para São Paulo e amplia leque de opções do PSB

O pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, o deputado Ciro Gomes (CE) anunciou ontem que vai transferir o seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo, o que abre a possibilidade de concorrer ao governo paulista. Apesar da decisão, que acata desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o parlamentar reforçou a disposição, até o momento, de concorrer ao Palácio do Planalto.

A movimentação, que teve como avalista o presidente do PSB, Eduardo Campos (PE), ampliou o poder do partido nas negociações para 2010 e amarrou o PT paulista, que sem candidato natural em São Paulo tem de aguardar o PSB decidir seu futuro. Além de ter nas mãos a possibilidade de concorrer à Presidência e ao governo de São Paulo, a articulação do partido para transformar Ciro num "candidato paulista" reforça seu nome como uma alternativa a vice da candidata de Lula, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, num cenário em que o PT não consiga fechar uma aliança nacional com o PMDB.

Senador acerta filiação, mas não aparece na festa

Foi o maior vexame da reta final do troca-troca partidário para os candidatos às eleições do ano que vem. Após decidir sair do DEM e acertar seu ingresso no PSB com a direção nacional, o senador Adelmir Santana, do Distrito Federal, convidou a família, amigos e os funcionários do gabinete parlamentar para a festa. Mas, simplesmente, não apareceu por lá.

Adelmir já patrocinou o "grande mico" da temporada. Estava tudo preparado para que a assinatura da ficha de filiação ao Partido Socialista Brasileiro ocorresse em cerimônia pomposa, marcada para as 11 horas de ontem na sede da legenda.

Chamado de presidente, Serra ataca oposição

Chamado de "futuro presidente da República" por políticos governistas e até adversários, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disparou críticas ontem aos deputados que lhe fazem oposição na Assembleia. Em sua avaliação, eles não têm discurso contra seu governo e escolheram temas como construção de presídios e concessões de rodovias para atacá-lo.

"Devo dizer que nem sempre é fácil para a oposição fazer um discurso em São Paulo, por isso ficam concentrados em atrapalhar a construção de presídios, ou falando mal das concessões que não estão certas e coisas dessa natureza, menores dentro de um debate político mais amplo", disse Serra, durante inauguração de obra em Ribeirão.

TSE retomará julgamento de 56 processos de cassação

Decisão tomada ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF) permitirá a retomada de 56 processos de cassação de políticos que há duas semanas estavam parados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por 6 votos a 4, os ministros derrubaram liminar concedida, no dia 14 de setembro, por Eros Grau.

Ele havia paralisado os processos alegando que haviam começado a tramitar pelo TSE. A maioria dos integrantes do STF discordou do argumento de Eros Grau, que teria se sensibilizado com o pedido do advogado José Eduardo Alckmin, do PDT, que liderou a ação.

Relatório a pedido de Sarney isenta Mesa por atos secretos

Quase quatro meses depois da revelação da existência de atos secretos no Senado, um relatório feito por dois funcionários, a pedido do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), isenta os parlamentares de qualquer responsabilidade pela prática ilegal de esconder medidas administrativas. A conclusão afirma ainda que o conteúdo desses boletins sigilosos - usados para nomear parentes, amigos e criar privilégios aos próprios senadores e funcionários - é "corriqueiro". "Não continha sequer dúvida quanto à legalidade", registra o texto.

O documento é assinado pelo diretor-geral, Haroldo Tajra, e pelo advogado Luiz Augusto Geaquino dos Santos. Tajra foi designado em julho por Sarney para analisar a validade dos atos secretos.

Deputado acusado de crime é cassado

O deputado estadual Wallace Souza (PP), o mais votado no Estado em 2006, teve o mandato cassado pela Assembleia. Ele é acusado pelo Ministério Público de ter mandado matar uma juíza federal, de porte e posse ilegal de arma, associação para o tráfico, formação de quadrilha e corrupção de testemunhas. Na tribuna, vestido de branco e com uma Bíblia, Souza se disse vítima de "armação". Em abril, a Polícia Federal apreendeu em sua casa armas, munições, além de R$ 243,8 mil e US$ 15 mi.

Funcionários federais param por reajuste

Órgãos do governo federal em São Paulo, Brasília e Rio fizeram paralisações parciais ontem. Os servidores querem pressionar o governo a negociar aumento de salário e do vale-refeição e plano de carreira. Segundo o Sindicato dos Servidores Federais, pararam funcionários dos Ministérios do Trabalho e da Cultura, da Companhia Nacional do Abastecimento, da AGU, da Funasa e do Incra. O Ministério do Planejamento diz que há R$ 7,6 bilhões previstos para reajuste salarial em 2010.

Oposição ouve autores de pedido contra Yeda

Sete dos 29 integrantes da comissão que avalia a admissibilidade do pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB) participaram, ontem, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, de reunião promovida pela oposição para ouvir representantes dos sindicatos que fizeram a proposta. O presidente da comissão especial, Pedro Westphalen (PP), e a relatora Zilá Breitenbach (PSDB), acreditam que as provas são insuficientes para um processo contra Yeda.

Correio Braziliense

A mágica dos altos salários

Os 3,4 mil servidores efetivos do Senado terão uma difícil tarefa para convencer os parlamentares a aprovarem um reajuste salarial para o próximo ano. O primeiro componente é político. O presidente da Casa, José Sarney(1) (PMDB-AP), e o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), já sinalizaram aos funcionários que uma reforma no plano de cargos e salários só sairá se envolver corte de gastos. Dessa forma, o plano de reestruturação que prevê a incorporação de gratificações não deve sair do papel. Um ingrediente não menos importante é explicar aos senadores a complicada matemática do contracheque dos servidores. Afinal, ao salário-base, os efetivos têm outros seis ganhos indiretos. Eles proporcionam um crescimento salarial que ultrapassa, em alguns casos, o teto de R$ 24,5 mil do funcionalismo público. O Senado gasta R$ 2,3 bilhões com sua folha de pessoal.

A mágica do aumento salarial tem o nome de batismo entre os servidores de “conta de chegada”. Eles recebem um vencimento básico que varia, dependendo do nível de escolaridade e do cargo ocupado, de R$ 1.140 até R$ 6.410 por mês. Sobre ele, são pagos a todos os servidores a gratificação de auxílio legislativo (GAL). Ela corresponde a 50% do vencimento básico, ou até 3,2 mil a mais. A partir daí, começam algumas diferenças salariais nas carreiras. Somente os servidores de níveis médio e superior recebem a gratificação de representação, um acréscimo de até R$ 3,3 mil.

A ameaça dos ruralistas

A atuação do governo para que os parlamentares da base retirassem as assinaturas do requerimento que pedia a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os repasses financeiros feitos ao Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) abriu ainda mais as feridas entre o Planalto e a bancada ruralista. Ao todo, 42 políticos abandonaram o abaixo-assinado, o que inviabilizou a CPI, que precisa de um número mínimo de 171 assinaturas para instaurar a comissão.

Composta por quase 100(1) integrantes, sendo 58% de partidos aliados, o grupo de grandes produtores rurais reclama da falta de incentivos e da atuação do governo no desenvolvimento de uma política agrícola. Nos bastidores, parlamentares de diferentes partidos prometem reagir e ameaçam o governo de desobedecer às orientações das legendas em votações de interesse do Planalto, caso o Executivo insista em adotar medidas que beneficiam movimentos sociais em detrimento dos ruralistas.

Cassações de volta à pauta do TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai retomar a análise de 56 processos de cassação de mandato contra governadores, deputados federais e senadores. Entre eles, pedidos contra os chefes do Executivo do Maranhão, Sergipe, Rondônia e Roraima. Ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou liminar concedida pelo ministro Eros Grau que suspendia o julgamentos (1)desses processos que tiveram origem no TSE. Os ministros do Supremo ainda não analisaram o mérito da ação. A Corte identificou falhas na documentação do processo. Faltava documento autorizando a defesa a entrar com o questionamento no STF.

Os ministros Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Celso de Melo, Cármen Lúcia, Ellen Gracie e Carlos Ayres Britto, também presidente do TSE, afirmaram que o entendimento de que cabe à Corte Eleitoral analisar esses casos até que o Supremo julgue se a ação tem procedência deve ser mantido. Já o voto do relator, ministro Eros Grau, foi seguido por Cezar Peluso e Gilmar Mendes. Marco Aurélio votou pela liberação dos julgamentos, apesar de defender que os processos sejam repassados aos tribunais regionais. Para Grau, não há incoerência em seu voto: “Não há absolutamente nenhuma incoerência. Dei a liminar por serenidade e prudência. O fato de ser (entendimento) há 40 ou 50 anos não significa absolutamente nada. Eu cansei de conceder medida liminar em mandado de segurança e depois votar em contrário”, defende.

PSB aposta no empresariado

Sexto colocado no ranking dos partidos mais votados para a Câmara, o PSB apostou no ciclo de filiações para se tornar a quarta maior legenda depois das eleições de 2010. Com uma estratégia voltada para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os três maiores colégios eleitorais do país, o partido trouxe para seus quadros lideranças empresariais e políticas que seriam capazes de criar uma rede de apoio às suas pretensões eleitorais, com destaque para a interlocução com o empresariado e os potenciais doadores de campanha.

Em São Paulo, a sigla seduziu Paulo Skaf, presidente da Fiesp, e Gabriel Chalita (ex-PSDB), vereador mais votado na capital. Já o ex-ministro e empresário Walfrido dos Mares Guia (ex-PTB) foi a cartada socialista para dar fôlego à legenda em Minas Gerais. O PSB também atuou no varejo(1). As jogadas polêmicas foram as filiações que incluíram os jogadores de futebol Marcelinho Carioca, em Santo André (SP), e Romário, no Rio de Janeiro.