Ministro Jorge Hage critica relatório internacional sobre corrupção

O ministro Jorge Hage, da Controladoria Geral da União criticou ontem o relatório da organização Transparência Internacional (TI) sobre corrupção, divulgado na terça-feira, 23.
“Esses ‘índices de percepção’ da Transparência Internacional merecem, para nós, tanta credibilidade quanto os ‘índices de risco’ daqueles bancos de investimento -como o Lehman Brothers e o Merryl Lynch - que acabam de ir à falência. Ou seja, ninguém aqui leva mais isso a sério. A Transparência Internacional não conhece nada do Brasil, nunca vem aqui, ignora completamente o que aqui se faz e fica dando palpite a distância, sem fazer nenhuma pesquisa real sobre corrupção nem sobre o combate à corrupção.”

Segundo o relatório, o combate à corrupção “parece ter estancado” no Brasil nos últimos anos. O índice de percepção de corrupção - que reflete como cidadãos em diversos países vêem o combate a este ma - calculado para o Brasil permaneceu em 3,5 pontos, intocado em relação ao ano passado, em uma escala que varia de 0 a 10.

A ONG informou ainda que a situação do Brasil é ilustrativa da regional: 22 dos 32 países da região incluídos no levantamento ficaram abaixo dos 5 pontos, o que indica problemas sérios de corrupção. Destes, 11 sequer passaram dos 3 pontos, marco indicativo de corrupção desenfreada.

Segundo o ministro, o que eles dizem medir são apenas “percepções” sobre corrupção. “Além disso, a suposta medição mistura num só balaio os diferentes poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, e as três esferas da Federação —governo federal, 26 Estados e 5.560 municípios.”

Hage considerou “leviano e irresponsável” o relatório. “É óbvio ululante que a percepção sobre a corrupção aumenta quando se ouve falar mais do assunto. E, no Brasil, foi nos últimos anos que mais se falou no assunto, exatamente porque o combate à corrupção passou a ser uma meta e uma prioridade de governo.”