MP investiga prefeitura de Franco da Rocha e oito empresas

A Promotoria de Justiça de Franco da Rocha instaurou inquérito civil para investigar um suposto sistema de corrupção na prefeitura e na Câmara Municipal do município da Grande São Paulo envolvendo o pagamento de propinas para o favorecimento de empresas.

Instaurado no dia 22 de agosto e divulgado na última semana pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o inquérito civil é resultado de uma operação realizada dia 9 de julho nas sedes do Executivo e do Legislativo locais. No inquérito são citadas 20 pessoas, entre elas vereadores e secretários municipais, oito empresas e um partido político.

Apreensão

Na operação, diversos mandados judiciais foram cumpridos. Além disso, os promotores apreenderam R$ 56 mil em dinheiro e cheques de empresas que mantêm contratos com a Prefeitura no gabinete do secretário municipal de Assuntos Jurídicos, Marco Antônio Donário. De acordo com o MP-SP, também foi encontrada com Donário uma lista com os nomes de vários vereadores e o do vice-prefeito José Antonio Parzi Junior. Na frente de cada nome estão anotados valores e uma lista de despesas e receitas com os nomes de várias empresas, muitas das quais mantêm contratos com a prefeitura.

Já no gabinete do secretário municipal de Governo, Marcelo Tenaglia da Silva, segundo o MP, foram encontrados R$ 10,4 mil em dinheiro e documentos que indicam o recebimento de valores de empresas e pagamentos a vereadores e outros envolvidos.

De acordo com o promotor de Justiça Daniel Serra Azul Guimarães, também foram encontrados documentos que reforçam a suspeita de direcionamento de parte do dinheiro supostamente desviado pelo esquema para a compra de imóveis. O promotor pediu à prefeitura cópias de todos os documentos referentes à contratação de nove empresas.

Afastamento

Os secretários Donário e Silva já foram afastados de seus cargos pelo prefeito Márcio Cecchettini. O promotor Daniel Serra Azul Guimarães também pediu que sejam afastados os secretários municipais Marco Antonio Vaz de Góes e Pompilho Gonçalves, além dos diretores Marco Antonio Pauletto de Freitas e Mário Francisco Fagá, que aparecem nas listas de supostos pagamentos de propinas encontradas durante a operação na sede da prefeitura.

A recomendação abrange também o afastamento de Pompilho Gonçalves da presidência da Comissão de Sindicância aberta pelo prefeito, assim como o afastamento da funcionária Glauce Kelly Ribeiro, cujo nome também aparece na lista dos supostos beneficiados pelo esquema.