ONU e UE lançam nova campanha mundial contra a corrupção

O Escritório das Nações Unidas para a Droga e o Crime (UNODC) e a União Européia (UE) lançaram hoje uma campanha mundial para aumentar a conscientização sobre a corrupção e seus efeitos sob o lema "Some-se ao NÃO".

A campanha inscreve-se no Dia Internacional Contra a Corrupção, realizado amanhã por ocasião da entrada em vigor em 2005 da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, que obriga os países a tratá-la como crime e a cooperar entre si para devolver ativos obtidos por esse meio.

A UNODC lançou uma campanha mundial "para fazer ao as pessoas conscientes deque podem fazer algo, que seu "não" conta, que devem dizer "não" a qualquer tentativa de suborno, "não" a políticos que buscam a reeleição apesar de ter uma reputação de ser corruptos", anunciou o diretor deste escritório das Nações Unidas, Antonio Maria Costa, em entrevista coletiva.

Será emitido em nível mundial um vídeo de um minuto com a mensagem que "a corrupção corrói a sociedade, compromete a democracia e debilita as instituições".

O presidente da organização Sócios Europeus Contra a Corrupção (Epac, na sigla em Inglês), Martin Kreutner, destacou que o Banco Mundial calcula que o montante global pagado em ações corruptas ou fraudulentas é entre US$ 1 trilhão e US$ 1,6 trilhão por ano.

"Na África, a quantidade de dinheiro associada à corrupção chega a 25 % do Produto Interno Bruto (PIB)", acrescentou Kreutner.

O Epac agrupa os organismos nacionais de luta contra a corrupção dos 27 países da União Européia.

O diretor da UNODC também destacou que "a corrupção e a lavagem de dinheiro agravam a atual crise financeira" e atuam como "um lubrificante para outros atos ilegais e perigosos".

"Uma recente pesquisa européia (Eurobarômetro) revela que é importante debater sobre fraude e ações de prevenção e conscientizar aos cidadãos sobre a seriedade de corrupção", explicou por sua parte o diretor de Organismo Europeu de Luta Antifraude (Olaf), Franz-Hermann Brüner.

A pesquisa, divulgada em outubro, assinalou que 71% dos cidadãos estão convencidos que é freqüente a fraude com o orçamento estatal em seu país e 63% pensam que as ações corruptas são correntes em seu Governo e instituições nacionais.

 

Agência EFE