Na próxima terça-feira, algumas lideranças políticas vão se reunir no gabinete do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), em Brasília, com o objetivo de formalizar uma espécie de frente anticorrupção. Os primeiros passos para a criação da frente foram dados durante o carnaval pelo deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), que fez alguns contatos. Agora, o grupo está sendo ampliado para reunir representantes de vários partidos – principalmente daqueles que fazem oposição ao governo federal.

O grupo está sendo criado na esteira das críticas feitas por Vasconcelos ao próprio partido – ele disse que “parte do PMDB quer mesmo é corrupção”. De acordo com o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR), que vai participar da reunião na terça-feira, o movimento quer combater à apatia e indiferença da sociedade em relação a tantas denúncias de corrupção. “É muito incipiente ainda, vamos ter a primeira reunião para discutir as bases”, disse.

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Segundo Fruet, não há intenção em politizar o debate sobre corrupção. “Não sabemos ainda qual será a denominação do grupo. O importante é que o movimento não será personalizado, nem de oposição, nem de situação.”

O primeiro encontro está sendo organizado pelo deputado federal Raul Henry, também peemedebista de Pernambuco, como o senador Jarbas Vasconcelos. A reportagem não conseguiu contato com os parlamentares ontem – os políticos emendaram o carnaval e só retornam às atividades na segunda-feira. Já teriam sido contatados José Aníbal, líder do PSDB na Câmara; Arnaldo Jardim, vice-líder do PPS; Luiza Erundina (PSB); e o próprio Jarbas.

As declarações de Jarbas (feitas à revista Veja), apesar de terem criado um mal-estar entre peemedebistas, não geraram maiores manifestações de líderes do próprio PMDB. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o PSol solicitaram mais investigações e detalhes da denúncia. Nos bastidores, especula-se que Jarbas vai retomar o tema em pronunciamento na tribuna do Senado. Seu colega Pedro Simon (PMDB-RS), conhecido pelas críticas à própria legenda, se solidarizou com Jarbas. Na semana passada, o senador gaúcho, em discurso no plenário da Casa, sugeriu debates sobre corrupção. Depois disso, Simon disse que o PMDB “está à venda” para as eleições de 2010.

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