Rosinha Matheus teria recebido doação de quadrilha

Rio de Janeiro . Esquema também envolve, de acordo com a PF, Anthony Garotinho e o deputado Álvaro Lins
Rosinha Matheus teria recebido doação de quadrilha


Rio de Janeiro. A Procuradoria Regional da República acusa a ex-governadora do Rio, Rosinha Matheus, e o deputado estadual e ex-chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins (PMDB), de receber doações ilegais de quadrilhas de máquinas caça-níqueis e do jogo do bicho. A acusação contra Rosinha, mulher do também ex-governador Anthony Garotinho, já constava de documentos obtidos pela Polícia Federal (PF) na operação Hurricane em abril de 2007.

A lista incluía Lins por supostos pagamentos realizados por bicheiros e integrantes da máfia dos caça-níqueis entre os anos de 2001 e 2002, quando Rosinha se elegeu governadora. Ela teria recebido R$ 1,6 milhão e o deputado, R$ 35 mil.

Lins e Garotinho voltaram ao noticiário com a operação Segurança Pública S/A, desencadeada na semana passada pela PF. O operação teve por objetivo desarticular uma quadrilha que atuava na Secretaria de Segurança Pública do Rio durante a gestão do ex-governador. Ao todo, 16 pessoas foram denunciadas, entre elas o ex-governador, por formação de quadrilha armada. Lins foi preso em flagrante e logo solto após decisão da Assembléia do Estado do Rio de Janeiro.

Pelo esquema, segundo a PF, a quadrilha teria usado a estrutura da Polícia Civil do Rio para praticar crimes de lavagem de dinheiro, facilitar contrabando e corrupção. Lins e Garotinho, que seriam os "chefes" do grupo, teriam mantido esquema com policiais para proteger contraventores na disputa pelo controle de caça-níqueis no Rio. Segundo a PF, o grupo utilizava delegacias estratégicas para realizar o esquema. A corregedoria da Assembléia Legislativa do Rio começará hoje a investigar a participação de Álvaro Lins na fraude.

OUTRO LADO. O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, negou envolvimento - dele e de sua esposa, Rosinha Matheus - com bicheiros, conforme apontaram as investigações da Polícia Federal, na operação Segurança Pública.

"Como eu posso agora ser acusado de chefiar uma quadrilha que beneficiava empresas, bicheiros ou pessoas que tem máquinas caça-níqueis se eu, em novembro de 1999, fui o primeiro governador a editar um decreto proibindo a instalação de máquinas caça-níqueis em bares e similares", defendeu-se o ex-governador.

Anthony Garotinho disse ainda que o envolvimento de seu nome na operação seria uma "perseguição política elaborada pelo governador Sérgio Cabral (PMDB)" para forçar peemedebistas a apoiarem o candidato do PT a prefeitura do Rio de Janeiro, o deputado Alessandro Mollon. Garotinho é o presidente regional do PMDB e não aceita a composição da chapa.

A assessoria do governador Sérgio Cabral afirmou que ele não vai se manifestar a respeito das acusações feitas por Garotinho.