Sindicância confirma superfaturamento em licitação do Metrô

Plantão | Publicada em 06/03/2008 às 21h52m

Jornal Nacional

SÃO PAULO - Saiu nesta quinta-feira o resultado da sindicância no Metrô de São Paulo sobre as denúncias de superfaturamento em três licitações para compra de material de prevenção e combate a incêndio, apresentadas pelo Fantástico, da TV Globo, há três semanas. A comissão de sindicância confirmou que houve superfaturamento.

A Ezalpha, fornecedora de equipamentos de prevenção a incêndio, venceu licitações do Metrô, com preços acima do valor de mercado. Em nota, o Metrô reconhece superfaturamento de quase R$ 23 mil em uma das licitações. Em outra, o valor pago a mais passou de R$ 42 mil. Houve ainda uma terceira licitação superfaturada em quase R$ 15 mil.

- Ocorreu superfaturamento que chega a um prejuízo total de aproximadamente R$ 95 mil para o Metrô - afirmou Sérgio Avelleda, diretor do Metrô de São Paulo.

Uma outra licitação foi anulada antes que o Metrô pagasse quase R$ 3 milhões para a Ezalpha. Nessa licitação, o Metrô não encontrou superfaturamento, mas viu indícios de direcionamento dos resultados. Um dos funcionários acusados de favorecer a Ezalpha foi Marcelo Diman. Ele viajou para a Europa com tudo pago pela empresa fornecedora dos produtos ao Metrô.

- As empresas pagam, mas a gente sai de férias. A gente vai como pessoa física - afirmou Diman à reportagem do Fantástico.

Marcelo Diman foi demitido do Metrô por justa causa. A Comissão de Sindicância concluiu que ele teve um comportamento grave, desrespeitou as regras da companhia. Outros seis funcionários foram suspensos e três advertidos. Todos envolvidos com as licitações superfaturadas.

O Metrô, diz Sérgio Avelleda, vai tentar impedir que a Ezalpha participe de outras licitações do Governo do Estado. A companhia vai enviar o relatório da comissão para o Ministério Público, que deve investigar criminalmente a fraude.

- O que o Metrô espera é que esse exemplo de punição rigorosa sirva pra que seus eventuais outros empregados e fornecedores tenham bastante claro que não se transige aqui com a ética na administração publica - declarou Avelleda.

A Ezalpha negou as acusações e disse que vai recorrer. O engenheiro Marcelo Diman, demitido do Metrô, disse que é inocente e que já nomeou um advogado para defendê-lo.