Temporão quer saída de presidente da Funasa
Diário da Manhã - GO | 19 de novembro de 2008
Depois de receber sinais de aprovação do Planalto, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, avisou ao PMDB que não admite que sua autoridade seja contestada pelo partido e marcou audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva amanhã, com um objetivo: pedir a cabeça do presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Danilo Forte. Acuado pela cúpula peemedebista da Câmara, que ameaçou retirar-lhe o apoio depois das críticas à “corrupção” e à “baixa qualidade” dos serviços da Funasa, Temporão agora quer dar o troco.
Na tentativa de baixar a temperatura da crise, o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), levou o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), para uma conversa com o ministro da Saúde ontem de manhã. O produto do encontro foi “um recuo estratégico” do PMDB. O líder cancelou a reunião de bancada, em que os deputados divulgariam uma nota de repúdio às acusações do ministro e de desagravo ao presidente da Funasa, indicado por eles ao cargo.
A situação se agravou com o apoio do PT e de setores do Planalto ao ministro, despertando a solidariedade do presidente Lula. Os petistas e o governo se irritaram com peemedebistas que pediram a degola do ministro. O deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE), por exemplo, subiu à tribuna para defender a demissão de Temporão. “Essa composição (do ministério) cabe exclusivamente ao presidente da República”, observou o líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE). “A crise está em aberto, mas esperamos que o Executivo encontre logo solução para o bem do serviço de saúde no País”, completou.
Tensões à parte, Temer e Alves deixaram o ministério anunciando acordo com ministro. “Não vai ter manifesto nem vai ter nota. Vamos acabar com esta briga que não é boa para ninguém, e tentar encontrar uma proposta consensual”, afirmou o líder. Além da cabeça de Danilo Forte, ministro insiste em tirar saúde indígena das atribuições da Funai.
O PMDB está disposto a “engolir” o esvaziamento da Fundação, mas avisou ao ministro que a demissão de Forte será considerada “uma afronta ao partido” e provocará uma rebelião de conseqüências ao mesmo tempo graves e imprevisíveis para o governo. De público, no entanto, a ordem é evitar queixas e protestos. O PMDB optou pelo discurso de apoio à “nova proposta” de Temporão para a Funasa.
Monitoramento do Pacto
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